O que era para ser apenas mais um dia de trabalho terminou em um pesadelo para uma jovem de 24 anos, sequestrada e brutalmente espancada por três irmãs em Corumbá. Movidas por ciúmes, as agressoras cortaram o cabelo da vítima — um símbolo de sua vaidade — durante o ataque, deixando marcas físicas e psicológicas profundas.
“Meu cabelo era tudo para mim: longo, loiro. Era o que eu mais gostava em mim”, desabafou a vítima, que preferiu não ser identificada. “Cortaram o meu cabelo, acabou comigo. O cabelo cresce, mas o psicológico demora”, relatou com a voz embargada.
O crime ocorreu no fim de setembro e ganhou repercussão após a prisão das agressoras na última segunda-feira (6). De acordo com a Polícia Civil, o sequestro foi planejado e teve como motivação o breve envolvimento da jovem com o ex-marido de uma das irmãs.
O ataque começou quando a vítima descia do ônibus que transportava funcionários de uma mineradora. “Eu tava dormindo, desci com a cabeça baixa e levei um tapa no rosto. Quando vi, já me colocaram dentro do carro”, contou.
Levadas para a Estrada da Bocaina, na zona rural da cidade, as agressoras espancaram a jovem, quebraram seu celular e a ameaçaram de morte. “Elas diziam que ele tinha se separado dela, que a culpa era minha. Eu nem sabia quem eram”, relatou.
O que mais a chocou, segundo ela, foi ter sido atacada por outras mulheres. “A gente cresce com medo de homem, e de repente são mulheres que te sequestram, te batem, te humilham. É covardia”, desabafou.
Abalada, a jovem tenta agora retomar a vida. “Não tô trabalhando ainda e vou começar acompanhamento psicológico. O corpo sara, mas a cabeça não”, disse.
(Foto: Polícia Civil)
As três irmãs — de 22, 27 e 29 anos — foram presas em uma operação do SIG (Setor de Investigações Gerais) com apoio da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher). Uma foi localizada no Loteamento Pantanal e as outras duas no Assentamento São Gabriel, ambos na zona rural de Corumbá.
Elas devem responder por sequestro e cárcere privado qualificado, lesão corporal, ameaça e dano — crimes que, juntos, podem resultar em até 16 anos de prisão.
“Quero justiça”, concluiu a vítima. “Só quero poder sair de casa sem olhar para trás.” Com informações: Campo Grande News.
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