O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, deixou o país neste domingo (12) após militares rebeldes se unirem aos protestos da Geração Z e assumirem o controle das Forças Armadas. O anúncio foi feito por autoridades malgaxes nesta segunda-feira (13).
(Foto: LUIS TATO / AFP)
Segundo o líder da oposição no Parlamento, Siteny Randrianasoloniaiko, unidades do exército desertaram e se juntaram aos manifestantes, que vêm promovendo protestos em todo o país desde o dia 25 de setembro. “Ligamos para a equipe da presidência e eles confirmaram que ele deixou o país”, afirmou à agência Reuters, acrescentando que o paradeiro do presidente ainda é desconhecido.
De acordo com fontes militares, Rajoelina teria fugido em um avião militar francês, em meio a negociações com o presidente da França, Emmanuel Macron. O governo malgaxe, que havia anunciado um pronunciamento oficial do presidente, não se manifestou sobre a fuga.
Com a saída do chefe de Estado, o presidente do Senado, Jean André Ndremanjary, assumiu interinamente o comando do país até novas eleições.
Os protestos da chamada “Primavera dos novinhos” — liderados pela Geração Z, grupo de jovens nascidos entre 1995 e 2009 — começaram em razão dos frequentes cortes de energia e falta de água, mas rapidamente se ampliaram para denúncias de corrupção, desemprego e autoritarismo.
(Foto: REUTERS/Siphiwe Sibeko)
Pelo menos 22 pessoas morreram desde o início das manifestações, segundo dados da ONU. No último sábado (11), milhares de jovens marcharam em Antananarivo, capital do país, gritando: “O presidente deve renunciar agora!”.
A adesão de parte das tropas foi decisiva para a queda do governo. Em vídeo divulgado nas redes, os militares declararam que “todas as ordens do exército malgaxe partirão do quartel-general do CAPSAT”, órgão que reúne oficiais administrativos e técnicos.
Os protestos em Madagascar fazem parte de um movimento global de jovens da Geração Z, que também têm se manifestado em países como Quênia, Indonésia, Nepal, Filipinas, Peru e Marrocos, cobrando transparência, oportunidades e renovação política. com informações: g1