Durante a Pré-COP, evento preparatório à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Brasília, o Brasil apresentou uma proposta global de resposta a incêndios em florestas e outros ecossistemas. A iniciativa, que será lançada oficialmente em Belém, propõe um código de conduta internacional, reconhecendo a importância do conhecimento tradicional de povos indígenas e comunidades locais na prevenção, preparação, combate e recuperação dos impactos do fogo.
O secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), André Lima, destacou que somente em 2024, cerca de 35 milhões de hectares de florestas, cerrados, pastagens e outros ecossistemas foram atingidos por incêndios, sendo 6 milhões de hectares somente na Amazônia – área maior que a Bélgica ou a Suíça. “Precisamos ir além e adotar um código de conduta forte e eficaz, que assegure que os incêndios florestais sejam tratados como prioridade global de clima”, afirmou.
O embaixador Maurício Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, reforçou a necessidade de uma ação conjunta: “Nenhuma nação pode enfrentar sozinha os desafios do aquecimento global. Por isso, propomos este chamado à ação sobre gestão integrada do fogo e resiliência a incêndios florestais”.
Mukhtar Babayev, presidente da COP29, que também participou da sessão, ressaltou o simbolismo da Amazônia como sede da COP30 e a urgência em avançar na resiliência a incêndios: “Infelizmente, os incêndios estão se tornando cada vez mais frequentes, severos e imprevisíveis, e sediar a COP30 na Amazônia oferece uma plataforma poderosa para enfrentá-los”. Com informações: Agência Brasil.