Alckmin vê “bom caminho” nas negociações comerciais entre Brasil e EUA

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, declarou nesta segunda-feira (27) estar otimista em relação às negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, após encontro entre os presidentes Lula e Trump na Malásia. O objetivo é discutir a redução das tarifas impostas a produtos brasileiros.

“Já houve uma primeira reunião entre o chanceler, o secretário e outros diplomatas com os americanos. Eles já deram o primeiro passo. Ainda não há data definida para o próximo encontro, mas estamos otimistas. Há um bom caminho pela frente para avançar”, afirmou Alckmin em entrevista ao programa ICL Notícias.

O presidente em exercício coordena o grupo de negociações ao lado dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda). Alckmin ressaltou que há diversas áreas com potencial de parcerias, incluindo a instalação de data centers, exploração de minerais raros e o setor agropecuário. Ele destacou a importância de aprovação da Medida Provisória do Redata para garantir segurança jurídica a investimentos em tecnologia e inteligência artificial.

Sobre o comércio exterior, Alckmin explicou que os Estados Unidos são estratégicos para produtos de maior valor agregado, como aviões, motores e máquinas, enquanto China e União Europeia concentram a compra de commodities. Das exportações brasileiras para os EUA em 2024, 42% não sofrem tarifas, 24% estão enquadradas na Seção 232 e 34% estão sujeitas a alíquotas de até 50%, afetando itens como carne, café, frutas e vestuário.

O ministro reforçou que o Brasil busca manter boas relações comerciais tanto com China quanto com os Estados Unidos, defendendo o multilateralismo. Ele destacou os avanços do país no comércio exterior nos últimos anos, com acordos do Mercosul com Singapura, EFTA e em negociação com a União Europeia e Emirados Árabes.

Alckmin também enalteceu a diversificação da indústria brasileira, incluindo a produção aeronáutica pela Embraer, o uso de energia renovável, biocombustíveis e o potencial para produção de SAF (combustível sustentável de aviação). Ele citou ainda oportunidades abertas pela recente viagem à Índia, como acordos da Embraer, Petrobras e Fiocruz.

Em avaliação sobre o cenário interno, Alckmin afirmou que o país cresce, a inflação diminuiu, o dólar recuou, os alimentos da cesta básica ficaram mais baratos e o salário mínimo alcançou o maior poder de compra desde 1940, enquanto 23 milhões de brasileiros saíram do Mapa da Fome. Com informações: Agencia GOV