Brasil lidera com os maiores salários de tecnologia da América Latina

O Brasil ocupa a 11ª posição no ranking global de salários em tecnologia e lidera a América Latina com as maiores remunerações do setor, segundo levantamento da empresa de recursos humanos Deel, em parceria com a plataforma de gestão de equity Carta. O estudo analisou mais de 1 milhão de contratos ativos em cerca de 150 países.

A média salarial anual no Brasil entre profissionais de áreas de alta demanda — como inteligência artificial (IA), desenvolvimento de software, computação em nuvem, dados e cibersegurança — é de US$ 67 mil (cerca de R$ 360 mil). O valor supera com folga países da região, como México (US$ 48 mil), Argentina (US$ 42 mil) e Colômbia (US$ 37 mil).

De acordo com o relatório, o desempenho brasileiro é impulsionado pela concentração de profissionais qualificados nessas áreas e pela crescente participação de trabalhadores contratados por empresas estrangeiras, muitas vezes remunerados em dólar. “A maioria das pessoas empregadas pela Deel no Brasil trabalha para companhias internacionais, o que aumenta o nível médio dos salários”, afirmou Jessica Pillow, head de compensação global da Deel.

O estudo também aponta que funções ligadas à IA, cibersegurança e marketing digital pagam, em média, entre 20% e 25% acima da média global, refletindo a escassez de talentos e a disputa por especialistas. Pacotes de compensação com inclusão de equity e benefícios competitivos também têm elevado o valor total percebido pelos profissionais.

Outro levantamento da Bain & Company mostra que os salários em funções relacionadas à IA crescem cerca de 11% ao ano desde 2019, chegando a 56% de aumento em cargos mais especializados. A tendência, segundo Pillow, deve continuar nos próximos anos, com valorização acelerada de carreiras ligadas à tecnologia de ponta.

Mesmo com o destaque regional, o Brasil ainda está distante dos maiores mercados globais. Os Estados Unidos e o Canadá lideram o ranking mundial com médias salariais de US$ 150 mil (R$ 807 mil) e US$ 121 mil (R$ 651 mil), respectivamente. “A equiparação enfrenta barreiras estruturais, como custos de capital humano, produtividade setorial e maturidade do ecossistema de investimentos”, explicou Pillow.

A lista completa mostra o Brasil à frente dos demais países latino-americanos:

1. Estados Unidos: US$ 150 mil

2. Canadá: US$ 121 mil

3. Grã-Bretanha: US$ 117 mil

4. Países Baixos: US$ 101 mil

5. Dinamarca: US$ 100 mil

6. Austrália: US$ 98 mil

7. Polônia: US$ 93 mil

8. Espanha: US$ 87 mil

9. Singapura: US$ 86 mil

10. França: US$ 82 mil

11. Brasil: US$ 67 mil

12. México: US$ 48 mil

13. Argentina: US$ 42 mil

14. Colômbia: US$ 37 mil

15. Índia: US$ 22 mil

Com informações: Forbes