Trio é condenado a 69 anos por assassinato de adolescentes por engano em Campo Grande

Três homens foram condenados a penas que somam 69 anos e 20 dias de prisão pelo assassinato de Aysla Carolina de Oliveira Neitzke e Silas Ortiz Grizahay, ambos de 13 anos, e pela tentativa de homicídio de um jovem no bairro Jardim das Hortênsias, em Campo Grande. A sentença foi proferida nesta quarta-feira (5), após mais de 12 horas de julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri, presidido pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos.

O julgamento foi marcado por forte aparato de segurança, com equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar posicionadas dentro e fora do Fórum, na Rua da Paz, no bairro Jardim dos Estados. Um dos acusados foi absolvido pelos jurados, e o processo de outro suspeito, apontado como o atirador, foi desmembrado após ausência do advogado de defesa.

Na sentença, o magistrado destacou que os autores “agiram com frieza e desprezo pela vida humana”, e que os disparos, feitos “em via pública e contra vítimas inocentes”, abalaram a tranquilidade social. O juiz também apontou que o crime ocorreu em contexto de grupo armado e previamente organizado.

O crime aconteceu na noite de 3 de maio de 2024, na Rua Flor de Maio. As vítimas estavam conversando na calçada quando foram surpreendidas por uma dupla em motocicleta que abriu fogo sem aviso.
Aysla foi atingida no rosto e no braço e morreu ao chegar à UPA do Aero Rancho. Silas foi ferido no tórax e não resistiu após ser levado à Santa Casa de Campo Grande. O verdadeiro alvo, um jovem de 19 anos, foi baleado de raspão na perna e sobreviveu.

Testemunhas relataram que ouviram ao menos 14 disparos e viram os autores fugirem em alta velocidade. A perícia encontrou cápsulas de pistola 9 milímetros espalhadas pela rua, confirmando o uso de arma de grosso calibre. Imagens de câmeras de segurança mostraram parte da fuga e ajudaram a vincular o grupo à motocicleta usada no crime.

Segundo a investigação, o ataque teria sido motivado por uma disputa pelo controle de pontos de tráfico de drogas na região.

Para o juiz, o caso “chocou a opinião pública pela brutalidade e pela absoluta falta de propósito”. As vítimas foram descritas como “adolescentes sem qualquer envolvimento criminal, mortos por estarem no lugar errado e na hora errada”. Com informações: Dourados News